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UFV inova com curativo biodegradável e inteligente para feridas
6 de maio de 2025

Pesquisadores desenvolvem biobandagem ativa com substâncias cicatrizantes e liberação controlada de medicamentos.

Pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal de Viçosa (UFV) desenvolveram um curativo inovador com propriedades inteligentes e biodegradáveis para o tratamento de feridas na pele. A biobandagem ativa possui a capacidade de proteger o ferimento, absorver fluidos e liberar substâncias que auxiliam no processo de cicatrização, além de ser ecologicamente correta.

O produto, resultado da dissertação de mestrado do pesquisador Marcos Vinícius de Sousa Pereira, orientado pelo professor Jemmyson Romário de Jesus, combina sustentabilidade ambiental com funcionalidade avançada. O objetivo da pesquisa foi superar as limitações dos curativos convencionais, geralmente produzidos com materiais sintéticos de baixa biodegradabilidade, que contribuem para o acúmulo de microplásticos no meio ambiente.

Segundo o professor Jemmyson, a crescente demanda por soluções ecologicamente corretas motivou a busca por alternativas que unissem eficácia terapêutica e sustentabilidade. O pesquisador Marcos Vinícius complementa, afirmando que a equipe buscou tecnologias que transformassem os curativos em agentes ativos e inteligentes no processo de cicatrização.

A biobandagem hidrocoloidal inteligente criada na UFV é composta por polímeros naturais como quitosana, albumina e própolis verde. Esses materiais possuem características desejáveis para aplicações biomédicas, incluindo biocompatibilidade, biodegradabilidade e propriedades antimicrobianas. A inovação do curativo reside em sua capacidade de liberar a própolis verde de forma controlada, em resposta a mudanças no ambiente da ferida, como umidade e temperatura, que podem indicar risco de infecção.

Os pesquisadores explicam que a estrutura do curativo se modifica ao detectar essas alterações, permitindo a liberação gradual do medicamento. Além disso, a biobandagem auxilia no controle do exsudado, o líquido liberado pelas feridas, mantendo o ambiente equilibrado para favorecer a regeneração da pele.

A obtenção da biobandagem envolveu uma otimização multifatorial. As análises de caracterização confirmaram a formação de um material poroso, com alta permeabilidade ao vapor d’água, o que contribui para a cicatrização. A cinética de liberação da própolis verde demonstrou uma liberação controlada em duas etapas: uma rápida, nos primeiros 20 minutos, e outra mais lenta e sustentada. Estudos também comprovaram a penetração eficaz do composto ativo nas camadas da pele e a segurança biológica do produto.

Com o reconhecimento do potencial terapêutico da biobandagem inteligente, os pesquisadores, com o apoio do Núcleo de Inovação Tecnológica da UFV, solicitaram a proteção intelectual da tecnologia junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A expectativa é que a concessão da patente possibilite parcerias com a indústria para a produção em larga escala e a comercialização do produto, ampliando o o da população a uma tecnologia inovadora, eficaz e ambientalmente sustentável para o tratamento de feridas.

Informações: UFV